quinta-feira, 30 de junho de 2011

entre atos

que será que sabia? O que mais podia querer saber, se tudo já tinha sido dito?

Não tenho mais forças nem amargor de boca pra cuspir na sua cara.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

tears

houve um tempo
em que minhas lágrimas exageradas
não me deixavam mais
com cara de torpor monstruoso

cara de exagero



houve um tempo


esse tempo não existe mais
e agora, acordo
monstruosa

quarta-feira, 15 de junho de 2011

topo

ela olhava para aquela escada imensa sem saber muito o que pensar. deveria subir? se sim, deveria ir até o fim? deveria ficar naquele lugar, já que estava mais ou menos confortável?

decidiu ficar. na verdade, acabou ficando. e tempo foi passando em forma de poeira acumulada. aqueles grãozinhos foram deixando tudo meio sujo, meio feio.

e ela lá, toda confortável com o cheiro e a cara do lugar.


e ampulheta e ampulheta...




e então, começaram a aparecer mãos e corações sem que ela pudesse entender muito bem o que ocorria. outras sujeiras apareciam naquele lugar sem que ela quisesse.

"ora! essa é minha areia! minha poeira! quem são vocês para acumular mais e mais? esse espaço é meu!", gritava a menina.

"não estamos invadindo nada! isso tudo você precisa passar. sempre vai precisar. aumentar a sala, limpar tudo, subir essa escada."

"que escada o que? estou perfeitamente bem aqui embaixo."


e realmente estava.
até que todas as outras sujeiras começaram a grudar em seu chinelo, ficar por baixo de suas unhas, foder com toda sua pele.

sem aguentar mais, ela subiu alguns degraus. cambaleante.

olhou para trás e percebeu que o que estava a incomodá-la, havia ficado lá embaixo.
e ela decidiu descansar.

mas descansar em escadas não é lá muito cômodo... e ela decidiu que subiria mais. muito mais. até lá em cima.



e, a cada dia, a menina colocava seu chinelo e subia um tanto a mais. e a cada dia, ela ficava mais e mais afastada daquela sala que agora mais parecia um porão.




e respirou.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

ode

sem entregas imediatas

apenas aos deuses.


como me ensinou. de meios e finais e significações.

acordo com olhos inchados e coração renovado.


quiçá para te amar novamente.
quiçá nova gente.




conhecendo o mundo
com todos os envolvidos nesse processo
com artes e poesias
com guirlandas e clichês


natais e anos-novos. anos-novo? ano-novos? ou, gramática ingrata, anonovos?


vai saber.
vai entender.



entender?
nunca.
somente a mim e bem pouco.



aos outros entrego meu amor!


com todos os desesperos que sinto
com todas as brigas que causo
com todos os olhares que carrego


com todo meu mimo






você pode ser feliz com isso?

cont.

e deveria ser leve. pelo simples fato de que deveria ser só e somente








sentimento.

falta

e ela tem significado.

que vai sendo destruído a cada falta de carinho.



e, se isso for infantil e menosprezado por outros, que seja.



sou eu quem sinto. e é forte.
e é pesado.

e pode ser leve.

entregue

tanta coisa ruim destruída num final de semana



tanta coisa boa em dois dias tb destruída

sexta-feira, 3 de junho de 2011

necas de pitibiriba

S. diz:
quero sua ajuda

G. diz:
em que?
manda.

S. diz:
pra começar a usar: borocoxô, brotinho, bulhufas, patavinas, chato de galocha e pombas

G. diz:
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
nossa.
ri alto aqui.

S. diz:
rs. mas é!

G. diz:
combinado.
hahahahaha

S. diz:
bulhufas eu PRECISO.
sério
gente. bulhufas
não é ótimo?
só a palvra traz todo o significado

G. diz:
eu falo bulhufas volta e meia
mas só quando realmente nao entendo patavinas do que as pessoas dizem

S. diz:
gente! BULHUFAS, sabe?
presta atenção em como se escreve
a palavra é incrível

G. diz:
sim sim sim
e tem uma sonoridade incrivel

S. diz:
BU-LHU-FAS
tipo... o "bu"
é altamente sonoro
e o "lhufas" é quase um tapinha na cara da pessoa. tipo:
"bu": entendi picas do que cê tá falando e vou cagar e andar pra isso
"lhufas": e agora "watch me go"