quarta-feira, 29 de julho de 2009

...que je t'aime

amor é um troço maluco... - ele disse.

conheci um casal que está junto há 56 anos. e ele nunca pediu sua própria comida em restaurantes e cafés. sempre foi ela.

poxa... parece tão descomplicado, falado assim.

é. passei a noite conversando com eles. me contaram muita coisa. como se conheceram, se apaixonaram, se prometeram e lutaram esses anos todos.

bonito.

...

...

queria um desses pra mim.

amor?

não. frapê.

hm.

esse tipo de amor não existe mais.

sei não. eu digo que amo e, quando amo, é pra sempre.

mas vc já teve algumas, não?

uhum. mas meus amores não somem de mim.

e o que vc diria agora pra essa?

já faz tanto tempo...




(...que je t'aime)

terça-feira, 28 de julho de 2009

lição

não sei se o que vejo, escuto e sinto é o que deve ser visto, escutado e sentido.




and this should be tought

jura?

incomodar, incomodou.

jura?

claro! imagina se, depois de tudo, volta pra minha vida.

quem?

qualquer uma delas. poxa... bem agora que tô em paz.

findo

me apresento assim: nua.

pra você nada é mais importante do que ver o que existe. do que ver o real. a realidade te dá mais satisfação do que o imaginário. e a realidade, com todos os seus defeitos, me dá mais vontade.

- tive algumas com nariz grande, meio torto.

- torto só o nariz? conheço outras coisas tortas, não tão comuns.

- tipo?

- ah, sei lá... acho que a pior de todas as coisas tortas é a personalidade.

- explica.

- explico. é gente dentro de gente, e gente com orgulho dessa gente dentro dela. é gente que não quer amadurecer. é gente que gosta de falar sem sentido.

- ah. mas você não faz isso?

- claro que faço. ou claro que fiz.

- sei.

- última vez foi semana passada, acho.

- uhum.

- é. mas, sabe? sei que foi desnecessário.

- sabe?

- sei. mas quero tanto rever o que é meu. o que tem sentimento junto. o que não é só, sei lá... um baralho...

- baralho?

- é. sabe? conheço gente que acha isso importante. e respeito... mas baralho, pra mim, é papel impresso. se tiver alguma história, aí já é outra coisa.

- ah tá. que nem aquele papel e foto que você guarda? a caixa vermelha? as flores secas?

- deveria era ter guardado mais. tantas lembranças na cabeça... mas gosto dessas coisinhas materiais. o papel e a foto, por exemplo. pensei em rasgar, tacar fogo, jogar fora... não consegui. foi tão importante pra mim. a caixa... o que tinha dentro, tanto faz... mas a caixa guardava toda a esperança que ela teve, sabe? e as flores. poxa... que gesto amável dar flores.

- é... flor é um treco maluco.

- eu bem disse isso já. uma pessoa, amiga... conhecida, na real... me disse que meu apelido é lírio.

- ah é?

- é. tem um significado aí. depois que eu soube... dei uma vez pra alguém. nem foi um lírio-flor. um lírio real, eu digo. foi um origami. mas esse, pode ser que exista para sempre.

- é... se elas guardaram o que você deu pra elas. assim como guardou o que elas deram pra você.

- o que elas me deram, só eu sei. o que eu comentei com você é muito pouco.

- e não busca mais nenhuma de novo?

- não. gosto das memórias boas que tenho delas.
- são únicas e muito minhas. tão minhas que posso jogar tudo fora. elas ainda vão ser minhas.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

ah, minha querida...


se soubesse por quantas vezes não te odeio. se soubesse por quantas vezes apenas senti medo.


no começo, medo de te perder. depois medo das suas mãos, nunca prontas para o carinho. e hoje, honestamente, medo de passar por tanto de novo.


não ia aguentar.

na hora do café

são tantas as conversas, tantas as risadas e choros e afagos que tenho certeza do grande amor que sempre existiu.

você admite defeitos. defeitos, por deus! coisa tão rara...

e me conta a sua vida, repetindo sem parar as mesmas histórias, que pareço saber de cor. e não me incomodo. a cada vez que o faz, seus olhos parecem ficar mais bondosos.


sei que sabe do meu passado, do meu presente. mas não me julga, assim como não é julgada por mim. que delícia tudo isso.


fica animada de me ensinar as mais bobas feituras de mão. mas para não parecer tão bobo assim, mostra que na minha vez apertei menos do que deveria o nó. só me dá mais vontade de ficar por perto.

sabedoria e delicadeza.

ah...

se te pego me olhando assim de novo...

sábado, 11 de julho de 2009

rc

olha...

sei que tá em outra. sei que deve estar incrível. e sei que é mentira. assim como foi comigo.

ela escuta as mesma cantadas. e tem os mesmos apelidos. eu sei. e você sabe.

mas, wtf...

"isn't she lovely"

sexta-feira, 10 de julho de 2009

busca

me disse para que tentasse.

eu disse que não o faria.

me perguntou o que eu tinha a perder.

respondi que hoje, nada.

mas pensei e decidi que não tentaria porra nenhuma. ah! que saco isso. a gente mostra, se desnuda e o outro, todo pimpão, finge que não vê.

ela tá com outra. mas tenta, por favor. essa daí faz mal pra ela. e é um saco.

ela que fique com o saco na vida dela.

eu to em outra. e outra pessoa. e outra mulher. sim, mulher. madura. resolvida. sem pudores e constragimentos. sem problemas com o passado. passado ela carrega. assim como eu. e podemos conversar sobre nossos fantasmas sem problemas. porque uma não faz cena pra outra. e uma dá o que a outra precisa.

e a uma que precisa também recebe. e a troca é toda verdadeira. a troca é toda humana-mulher.

mulher-gente que me fazia falta.

pode não ser, mas tá sendo agora. e isso conta.

ah, se conta.

errata

"deus, como eu paro de sentir isso?"

- minha criança... os sentimentos fazem parte.

- eu sei, mas nem sempre são bons.

- te coloco essa pessoa para que fiques melhor.

OBRIGADA, DEUS.